quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Arquitetos do Poder? maçonaria.

Numa ação orquestrada, sob o olhar cúmplice de seus pares, age na disputa pela terceira cadeira mais importante do País uma instituição presente nos livros de história, mas ausente do noticiário atual: a Maçonaria. Em suas mãos figuram nada menos que 56 deputados, oito senadores e ao que se sabe (outros podem estar ocultos) dois candidatos à presidência da Câmara: os deputados Michel Temer (PMDB-SP) e Francisco Dornelles (PP-SP).

Juntos, os maçons militam em favor de um projeto de poder: garantir que ‘líderes de fato’ – preparados pela instituição e comprometidos com seus próprios valores e virtudes possam ocupar os mais altos cargos da administração pública e privada. Reunidos em uma sociedade restrita, onde o ingresso de um novo membro depende da indicação de outro, eles se fortalecem e se expandem sob o anonimato.
Força – A força desta instituição milenar – que em sua lista de expoentes traz Mozart e Voltaire, entre outros – foi responsável por colocar no poder pelo menos 13 presidentes da República (o último teria sido Jânio Quadros), inúmeros vice-presidentes e presidentes de Câmara, e poderá determinar o desfecho de mais um governo – no caso o do próprio presidente Lula, que diante da ameaça entrou pessoalmente na articulação da candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-AL).

Os representantes da Maçonaria têm, por juramento, a obrigação de investigar a verdade até as últimas conseqüências (objetivo primordial da ordem), mesmo que isso implique em admitir o erro e cortar 'na própria carne'. "Temos irmãos em postos-chave. Podemos acompanhar tudo o que acontece. Há membros em todas as CPMIs, na Câmara e no Senado... eles estão alertas para que os nossos mandamentos não sejam transgredidos", afirma Durval de Oliveira, Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista . 
Expoentes políticos que já sentiram o peso do martelo maçônico foram o ex-vereador de São Paulo Hannah Garib e o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia (afastado). Os maçons evitam falar sobre o assunto mas punem com rigor qualquer tipo de transgressão comprovada entre seus pares. Desvios de conduta são investigados internamente e ajuizados por um tribunal especial– o que pode acabar em expulsão e total boicote social.

Bastião da ética – Guardiã da moral e da independência, a Maçonaria age com desenvoltura no Congresso Nacional e expande seus tentáculos toda vez que a credibilidade dos partidos é colocada em xeque. "Onde está um maçom há uma confiabilidade maior, pela instrução que ele recebe", explica Durval de Oliveira. Toda a estrutura interna da irmandade é constituída para que nenhum tipo de desordem passe despercebido. "Funcionamos como uma escola de líderes em várias etapas. Do zero ao grau 33 são necessários pelo menos 12 anos, formação equivalente a duas faculdades", explica.

Comenta-se, à boca pequena, que estaria em curso dentro da irmandade os primeiros trâmites para levar à julgamento o ministro da Fazenda Antonio Palocci. Há, porém, uma grande controvérsia entre seus pares. Muitos maçons afirmam desconhecer a participação do ministro. Outros defendem que o único vínculo de Palocci com a ordem estaria nos três pontinhos acompanhados em sua assinatura. 
Eminência parda – Longe dos holofotes, um estado paralelo trabalha à parte, silenciosamente, com seu respectivo Executivo, Legislativo e Judiciário. No Brasil é formado por 180 mil maçons ativos – aqueles que têm pelo menos 70% de freqüência nas reuniões. Nesse contingente destacam-se sobretudo políticos, empresários, advogados, líderes religiosos e comunitários sob a égide do Grande Oriente do Brasil, a Grande Loja e o Grande Oriente Paulista. "Não somos quantitativos e sim qualitativos", explica o Grão-Mestre do Grande Oriente Paulista, cargo equivalente ao da presidência desta ordem no estado de São Paulo.

Do anonimato à ação, contra a corrupção.

Neste mês de setembro, o Grande Oriente do Brasil, instância superior dos Grandes Orientes estaduais, após ampla reunião em Brasília, decidiu conclamar a sociedade brasileira na luta contra a corrupção. "Devemos confiar e cobrar para que tudo se esclareça nas CPMIs, afirmando que, pelos fatos delituosos e a quebra de decoro parlamentar, os culpados sejam exemplar-mente punidos". O Grande Oriente Paulista foi além: "Conclamamos o povo brasileiro a exigir, dos seus representantes, que não se envolvam em manipulações, negociações e conchavos cujo objetivo é, quase sempre, de preservação pessoal em detrimento do povo e do país. Que os verdadeiros responsá-veis sejam execrados". 
'Bancada' de peso

A maçonaria sempre atuou nos bastidores da vida pública. Se não fosse apartidária, sua bancada teria a 4ª maior representatividade na Câmara (56), atrás apenas do PT, PMDB e PFL e seria a 5ª no Senado (8). Mas o que justamente lhe confere força é sua capilaridade, que se estende nas mais diversas esferas do poder municipal, estadual e federal.

À frente até mesmo dos programas partidários, se interpõem no cotidiano de um político maçom o compromisso com a investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes. Tarefa que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) vem executando com maestria na CPMI dos Correios, apoiado direta ou indiretamente por 'irmãos' senadores como Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Tião Vianna (PT-AC) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Voto alinhado – Recentemente, os deputados maçons votaram em bloco pela cassação de Roberto Jefferson – por compromisso com a ética exigida nas regras do decoro, num dos raros momentos em que alinharam o voto.

Ao contrário da bancada evangélica – maior em número de deputados (59) mas menor em senadores (4) – a maçônica não se une em torno de projetos mas sim de valores compartilhados. Mas apóiam governos considerados 'fortes e progressistas' – principalmente quando ostentam irmãos em seu comando – a exemplo dos ex-governadores Mário Covas (PSDB-SP), Espiridião Amin (PPB-SC) e Newton Cardoso (PMDB-MG). (TN) 
 
todos os deputados citados são pilantras. e se dizem a favor das coisas certas.
 

Maçonaria sempre presente

A participação da Maçonaria nos movimentos de emancipação dos povos de todos os continentes está amplamente registrada nos livros. O mesmo ocorreu no Brasil, onde a história do País confunde-se com a história desta irmandade. Os maçons foram a vanguarda dos movimentos pela independência, pela abolição da escravatura e pela proclamação da República.

Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade (qualquer semelhança com a Revolução Francesa não é mera coincidência) nortearam os principais movimentos políticos desde o Brasil Colônia. José Bonifácio de Andrada e Silva e D. Pedro I (que ingressou na Maçonaria como príncipe regente e ao se declarar imperador proibiu as atividades maçônicas, por julgar que deveria ser tratado com reverência por seus irmãos maçons) deram impulso ao que futuramente deflagrou as principais revoluções no País.

Antes de D. Pedro I declarar às margens do Ipiranga "Independência ou Morte!", a independência política já havia sido proclamada dentro de uma loja maçônica (templo) na sessão de 20 de agosto de 1822, em assembléia geral da instituição, sob a presidência de Gonçalves Ledo. Não é à toa que a data tenha sido escolhida para homenagear a irmandade.
 
Conspiração – No interior das lojas maçônicas precederam todas as ‘conspirações’ em favor de movimentos como a Inconfidência Mineira (1788), as revoluções Pernambucanas (1817), a Confederação do Equador (1824), a Sabinada (1837) e a Revolução Farroupilha (1835-1845).

Escravisão – A Lei Áurea (1888), assinada pela princesa Isabel, foi o resultado de um longo empreendimento maçônico – que por princípios próprios defende a igualdade entre os homens ao lado da Ciência, Justiça e Trabalho. Ciência, à luz da Maçonaria, para esclarecer os espíritos e elevá-los; Justiça para equilibrar e enaltecer as relações humanas e Trabalho por meio do qual os homens se dignificam e se tornam independentes economicamente.

O próximo desafio foi a implantação de um Estado Republicano o que, sem dúvida, pode ser considerado o fato histórico mais importante para a Maçonaria no Brasil graças à presença de ilustres 'irmãos' como Marechal Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant, Ruy Barbosa, Campos Salles, Quintino Bocaiúva, Prudente de Morais, Silva Jardim e outros mais. 
 
Presidentes – O Brasil já teve 13 presidentes da República – tais como Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Nilo Peçanha, Wenceslau Brás, Washington Luis, Nereu Ramos... sendo o último deles Jânio Quadros. Outras personalidades de expressão na vida pública foram Américo Brasiliense, Benjamin Constant, Bento Gonçalves, Casemiro de Abreu, Cipriano Barata, Frei Caneca, Padre Diogo Antônio Feijó, Eusébio de Queiroz, Rangel Pestana, Francisco Gê de Acaiaba Montezuma, Hipólito da Costa, José da Silva Lisboa (Visconde de Cayru), José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, José Maria da Silva Paranhos (Juca Paranhos, Visconde do Rio Branco), Lauro Sodré, Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Nilo Peçanha, Nunes Machado, Quintino Bocaiúva, Giuseppe Garibaldi, Silva Jardim, Rangel Pestana, Rui Barbosa, Carlos Gomes e muitos outros
 

EUA, o imprério maçônico

A sede do poder maçônico localiza-se nos Estados Unidos. Nenhuma nação foi tão fortemente comandada por ela nem ostenta uma irmandade tão numerosa. Foram maçons George Washigton, Lyndon B. Johnson, Gerald Ford e George Bush (pai do atual presidente). Bill Clinton pertenceu à "Ordem De Molay", para filhos de maçons. A maçonaria americana atualmente conta com mais de 15 mil lojas (templos) e um total de 4 milhões de filiados, ao que se somam um número idêntico de afiliados em organizações paramaçônicas (a Ordem da Estrela do Oriente para Mulheres de Maçons, a Ordem De Molay, a Ordem do Arco Íris e a Ordem de Job).

O enorme contingente de associados pressupõe um peso social e político decisivo e uma rede de ajuda mútua que alcança todos os quadrantes da vida norte-americana. Um presidente norte-americano pode até não ser maçom mas jamais irá contra os interesses da instituição.

O período mais ativo da ordem ocorreu durante a independência. Benjamin Franklin, um dos principais articuladores, recebeu apoio das maçonarias inglesa e francesa para a causa. Após a conquista, George Washington (1789-1797), desfilou o avental maçônico no lançamento da pedra fundamental da cidade que leva seu nome. A pintura em óleo de Edward Savage, The Washignton Family, retrata seu comprometimento. Os familiares sentados à mesa apontam os dedos para uma área triangular. No canto da imagem, o neto de Washington segura um compasso. 
 
se dizem sempre no poder e na luta pela verdade. mas fazem parte de toda pilantragem em favor deles e dos aliados deles.
 
 
 
 
 
 

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